Estamos em Ilha de Maré, minha senhora
O projeto Meu lugar vê o mundo iniciou suas atividades no dia 2 de março, quando houve o lançamento do projeto na comunidade de Botelho. No dia 5 de março foram iniciadas as oficinas que integram o Curso Básico de Fotografia Digital que iniciará 200 jovens da ilha no mundo do registro digital de imagens. Apesar de dispor de apenas com 20 vagas, a primeira das dez turmas recebeu 42 inscrições, sendo que 35 iniciaram as oficinas.
Alunos da comunidade Botelho |
Entretanto, devido às dinâmicas exigidas com o cumprimento de horários e apresentação de atividades, 21 jovens finalizaram o curso. Sob a orientação de Gal Meirelles e o apoio de um monitor local, durante quatro semanas, foram muitos os clicks e emocionantes as reações e sensações de se perceberem capazes de produzir registros dos mais variados aspectos da Ilha. Foram 40 horas de aprendizagens teórica e prática, trocas de experiência e a constituição de uma acervo com mais de 1000 imagens está organizado em temas como paisagens, pessoas, bichos, fazeres e objetos.
Deste variado acervo, no último dia 10, com a curadoria do professor, pesquisador e fotógrafo Franzé (Departamento de Etnobiologia da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS), foram selecionadas 21 imagens que compõe a mostra “Botelho vê o mundo” a ser apresentada ao público entre 28 de abril e 18 de maio, na Associação de moradores de Botelho e adjacências, das 13 às 17h.
Professor Franzé ministrando a oficina |
As imagens da mostra foram impressas em formato 30 x 40 e entregues aos participantes para serem assinadas aos 12 de abril, quando realizaram uma visita à loja Objetiva Fotofilm.
Os participantes foram acompanhados de Ilha de Maré à Avenida Tancredo Neves, recebidos pelo proprietário e funcionários que lhes explicaram sobre tipos e usos de equipamentos, processo de manipulação, revelação digital e montagem de foto-livros bem como processo de captação de imagens em estúdio.
As 21 imagens, juntamente com outra parte do acervo, estão disponíveis para visualização em Galeria (ACESSE) e podem ser adquiridas conforme solicitação via e-mail (ver contatos).
Os valores arrecadados com as vendas das fotos serão usados para a aquisição de equipamentos fotográficos a serem disponibilizado aos participantes para que continuem fotografando até o final do projeto, em 2013, quando acontecerá a Exposição Meu lugar vê o mundo, a ser composta com 200 fotos, um de cada participante, que revelarão aspectos das 10 comunidades que formam a Ilha de Maré.
Conheça a Galeria, escolha sua imagem e sambe com a gente!
Meu lugar vê o mundo realiza oficinas de fotografias em Ilha de Maré
Ilha de Maré |
Estavam presentes no local o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Jailson Bittencourt, a professora do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Núbia Moura, o fotógrafo Nilton Souza, o escritor e professor Igor Rossoni e a professora Vanessa Hatje, ambos da UFBA. O gerente de comunicação da Fabrica de Fertilizantes (FAFEN-BA), Petrobras, José Abadia Ribeiro, além de estudantes, pesquisadores e moradores da comunidade. Após as palestras, houve uma apresentação de capoeira do grupo de Botelho organizado por mestre Careca.
Roda de Capoeira |
O ingresso de jovens no segmento da fotografia por intermédio do projeto se estende nas dez comunidades da Ilha de Maré, entre elas, Bananeiras, Neves, Maracanã, Itamoabo, Praia Grande, Martelo, Santana, Oratório e Caboto. No mês de março, as oficinas profissionalizantes estão sendo realizadas em Botelho, já em abril, será a vez de Itamoabo e Neves.
José Abadia Ribeiro |
Jailson Bittencourt |
Jailson Bittecourt pontua que as oficinas de fotografias em parceria com a universidade, por meio do Projeto Baía de Todos os Santos de uma forma indireta, atingem mais a população, comunidades carentes, locais distantes e a sociedade. “Esses setores enxergam muito mais rapidamente o projeto do que a atividade fim dele, que é a de gerar conhecimento”.
O projeto destaca o uso da fotografia para o registro de memórias e terá um desdobramento envolvendo a escrita. Conforme registrou, em sua fala, o professor Igor Rossoni, ao explicar para a plateia que a produção da escrita está relacionada com a memória pessoal do indivíduo. A produção textual propõe o encontro de pessoas por meio da comunicação e faz com que um ato de afetividade aproxime as pessoas da história da Ilha, composta de várias comunidades. “A ideia é promover uma reflexão sobre um encontro por intermédio do registro verbal das histórias, dos acontecimentos e das vivências que os moradores daqui vão propor”.
Igor Rossoni |
Jovens fotógrafos |
Núbia Moura |
Vanessa Hatje |
Nilton Souza |
O Projeto meu lugar vê o mundo é realizado pela Produtora Baluart, com a participação dos professores-fotográfos Gal Meirelles, Paulo Lima e Péricles Mendes e segue, ao longo de todo o ano de 2012, com oficinas gratuitas nas comunidades de Ilha de Maré.
Cobertura:
Reportagem e fotos - NERIVALDO GÓES